segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Último Adeus;

O céu estava azul e o sol ardia em brasas ao redor. Um momento indescritível e inesperado. De total êxtase e, ao longe ela viu uma aura branca e leve, e um olhar. Ele refletia paz e carinho. Seus olhos a fitavam e a encantavam, um olhar sincero, e simples. A hora tão esperada chegou, era como se tambores ruíssem alto, e mais alto. Uma explosão de vozes e gritos, lágrimas e sorrisos, e ela não sabia em que manter meu olhar. Procurou a figura angelical. Havia sumido. Olhou em meio á multidão, rosto por rosto, olhar por olhar. Nada. Aplausos bastaram, o momento de emoção cessou e aquelas vidas jamais seriam iguais. Tudo se esvaziou, e eles novamente ficaram cara a cara. Sorrisos e olhares eram despojados pelo salão. Um adeus, um dia que jamais voltaria. Ele a protegeu em seus braços quentes e macios, e sussurrou algo ao pé de seu ouvido, ela escutara e negara. E minutos passavam, como se o tic-tac do relógio houvesse virado uma musica, e tudo voava. O seu coração parecia saltar pelas órbitas e um frio na sua barriga fazia seu sangue coagular. Ela o fitou novamente, enquanto suas mãos tocavam o corpo dele, e um estrondo de emoções ocorreu, pássaros voavam pelo salão e uma orquestra invisível começara seu concerto. Luzes apagadas e velas pendiam aos céus do palácio. Os olhos dele fecharam, e a garota o observava. Ela tinha uma indolente vontade de nunca mais solta-lo. Quando seus olhos agiram por vontade própria e fecharam-se num velcro pesado. Ela sentiu a respiração dele, sentiu o perfume da brisa que lhe envolvia, como uma caricia. Então seus lábios se chocaram, como o dia e a noite, numa batalha sem dor. Ela sentiu o prazer de viver. A pele quente e saborosa, indiferentemente macia e apetitosa na sua. E acabou. Extasiada se afastou enquanto o palácio sumia, o concerto cessava e as velas derretiam. Eles se entreolharam pela ultima vez com um sorriso no rosto e ela virou as costas e saiu, sabendo que era pra nunca mais voltar.

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